Aqui está a minha história:

Creio que, se você está aqui, certamente enfrentou muitas batalhas em busca de um corpo mais saudável e de uma vida com mais bem-estar e aceitação. E eu entendo estas dificuldades, pois já fui dominada por elas.Minha história é marcada por nada mais nada menos do que 15 anos de luta contra Transtornos Alimentares, incluindo a Bulimia, onde eu resistia à alimentação para evitar o ganho de peso.

Apesar de ter sido assistida por inúmeros médicos, realizado diversos tratamentos, passado por muitas internações e tomado os mais variados remédios, a verdadeira transformação em minha vida ocorreu quando mudei minha percepção sobre a comida e a atividade física.

Cresci em Lorena (SP) e minha mãe, além de ser a boleira mais renomada da região, era descendente de proprietários de padaria, o que me levou a ter muito contato com doces e iguarias desde nova. Desde essa época, porém, ouvia conselhos dos meus pais sobre os riscos de exagerar na comida e as consequências que esta prática traria à minha vida.

Aos 13 anos, quando os transtornos alimentares ainda eram pouco conhecidos e estudados, desenvolvi Anorexia. Mesmo cercada por diversas opções de alimentos, me recusava a comer. Cheguei a ingerir três morangos, um copo d'água e algumas uvas ao longo de um dia inteiro, alcançando alarmantes 23 kg. Fui internada às pressas e, após 20 dias hospitalizada, me alimentei e recebi soro na veia. Só assim consegui ganhar quatro quilos.

Iniciei um tratamento psiquiátrico, terapia familiar e acompanhamento nutricional e, com a recuperação de parte do meu peso, enfrentei uma recaída na forma de Bulimia. Eu consumia enormes quantidades de comida em minutos, e vomitava tanto que cheguei a danificar a tubulação da casa. Minha mãe, Ivani, descreveu esse período como um "suicídio diário dentro de casa".

Mesmo consciente do problema e realizando tratamento com remédios, enfrento a Bulimia há 17 anos. Como em um ciclo vicioso, sigo dependendo de dois medicamentos diários e realizando consultas médicas trimestrais. Apesar disso, aprendi a ter uma alimentação saudável, sem privações extremas, e reconheço a importância de cuidar da mente e do corpo de maneira integrada para a efetividade do tratamento. Por isso, há dois anos mantenho a condição controlada.

Meu desejo ao compartilhar essa experiência é promover o caráter integrativo da medicina como um meio transformador. Acredito que, ao oferecer conhecimento, bons métodos e práticas eficientes, podemos influenciar positivamente a vida das pessoas.

Um novo capítulo da sua história pode começar hoje. Permita-se ser transformada!‌